Unicamp Diretoria Acadêmica

DE016 - Cinema de Ficção Científica - 2S/2021 Imprimir

Pós-Graduação

Informações da disciplina

Ementa:

A ficção científica é hoje um gênero multimidiático, com manifestações que extrapolam o campo literário, invadindo os territórios do cinema e audiovisual, música, teatro e games. Sua origem mais moderna está em autores como Mary Shelley, Edgar Allan Poe, Jules Verne e H. G. Wells, e sua consolidação enquanto gênero se deu com a proliferação da pulp fiction nos EUA notadamente por meio do trabalho pioneiro do editor Hugo Gernsback, o qual, a partir de 1908, publicou a revista Modern Electrics que em seguida viria a se tornar a primeira revista do mundo exclusivamente dedicada à ficção científica, Amazing Stories, fundada em 1926. Foi nas páginas de Amazing Stories que Gernsback cunhou o termo scientifiction ("cientificção"), antes de se decidir pelo termo definitivo: science fiction (literalmente, “ciência-ficção”, porém geralmente traduzido em português como "ficção científica"). À frente de diversas publicações dedicadas à ficção científica, Gernsback descobriu autores como Isaac Asimov, Arthur C. Clarke e Robert A. Heinlein, entre muitos outros. O cinema de ficção científica, em sua versão prototípica, nasce tão logo a tecnologia cinema é disponibilizada ao grande público, sendo que narrativas futuristas ganham destaque ao longo de todo o período das vanguardas cinematográficas (especialmente entre os anos 1920 e 30), com obras seminais como Aelita (1924), de Yakov Protazanov, ou Metropolis (1927), de Fritz Lang. O chamado boom de filmes de ficção científica dos anos 1950, nos EUA, contribuiu decisivamente para a popularização do gênero (BAXTER, 1970). Em retrospecto, podemos observar que boa parte dos cineastas-autores mais celebrados em toda a história do cinema já se aventuraram no gênero ficção científica em algum momento de suas carreiras – lembremos de Fritz Lang, Alfred Hitchcock, Chris Marker, Peter Watkins, Jean-Luc Godard e François Truffaut, entre muitos outros. No Brasil, Nelson Pereira dos Santos e Walter Lima Jr. dirigiram longas-metragens de ficção científica. A Nova Hollywood do final dos anos 1970 colocou o cinema de ficção científica definitivamente na primeira linha dos grandes estúdios e entre os maiores sucessos de bilheteria lançados ano a ano. Atualmente, o imaginário ou iconografia de ficção científica está presente não só na literatura ou em produtos de mídia da indústria cultural, mas também na moda e no comportamento, perpassando diversos setores da cultura e cotidiano. Com tudo isso, já há algum tempo o estudo da ficção científica tem se revelado ferramenta esclarecedora para se compreender e analisar o mundo contemporâneo (FIKER, 1985). Esta disciplina tem por objetivo oferecer um panorama teórico e historiográfico com foco sobre a ficção científica audiovisual, dos primórdios do cinema aos dias atuais.

Bibliografia:

ANDREW, J. Dudley. The Major Film Theories. New York: Oxford U. Press, 1976.

BYWATER, Tim; SOBCHACK, Thomas. Introduction to Film Criticism. New York: Longman, 1989.

FLUSSER, Vilém. Ensaio sobre a Fotografia. Lisboa: Relógio D’Água, 1998

_____. O Mundo Codificado: Por uma filosofia do Design e da Comunicação. São Paulo: Cosac & Naify, 2007

GRANT, Barry Keith. Film Genre: From iconography to ideology. London and New York: Wallflower, 2007.

GUNNING, Tom. The Films of Fritz Lang: Allegories of Vision and Modernity. London: BFI, 2000.

KUHN. Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 2003, 7ª edição.
MACEY, David. The Penguin Dictionary of Critical Theory. London: Penguin Books, 2001.
MARTIN-BARBERO, Jesús. Dos Meios às Mediações: Comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003, 2ª edição.

MAST, Gerald; COHEN, Marshall; BRAUDY, Leo Braudy (eds.). Film Theory and Criticism, 4th edition. New York: Oxford U. Press, 1992.

MCCAFFERY, Larry. Storming the Reality Studio – A casebook of cyberpunk and postmodern fiction. London: Duke Univ. Press, 1991.

MCGILLIGAN, Patrick. Fritz Lang: The Nature of the Beast. New York: St. Martin’s Press, 1997.
MCLUHAN, Marshall. Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem. São Paulo: Cultrix, 1964.
METZ,CHRISTIAN. Linguagem e Cinema.São Paulo.Perspectiva.1980.

_____. A Significação no Cinema. São Paulo: Perspectiva.1972.

NAGIB, Lúcia e Mello, Cecília Antakly de (orgs.). Realism and Audiovisual Media. Basingstoke: Palgrave-McMillan, 2009.

NAGIB, Lúcia. World Cinema and the Ethics of Realism. New York: Continuum, 2011.

NEALE, Stephen. Genre. London: British Film Institute, 1980.

_____. 'Questions of genre'. In Oliver Boyd-Barrett & Chris Newbold (Eds.) Approaches to Media: A Reader. London: Arnold, 1995, pp. 460-72.

_____. Genre and Hollywood. London/New York: Routledge, 2000.
SCHETINO, Paulo. Diálogos sobre a tecnologia no cinema brasileiro. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.
STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. Campinas, Papirus, 2003.
SUBIRATIS, Eduardo. Vanguarda, Mídia, Metrópoles. São Paulo: Studio Nobel, 1993.
TODOROV, Tzvetan. Os Gêneros do Discurso. São Paulo: Martins Fontes, 1980.

_____. Introdução à Literatura Fantástica. São Paulo: Perspectiva, 2004, 3ª ed.
TUDOR, Andrew. Teorias do Cinema. Lisboa: Edições 70, [s.d.].
VANOYE, Francis e GOLIOT-LÉTÉ. Ensaio sobre a Análise Fílmica. Campinas: Papirus, 1994.

WILLIAMS, Raymond. Cultura e Sociedade. São Paulo: Editora Nacional, 1969.

_____. The Long Revolution. Middlessex: Penguin, 1984.
WOLLEN, Peter. Signos e significação no cinema. Lisboa, Horizonte, 1979.
XAVIER, Ismail. O Discurso Cinematográfico: A Opacidade e a Transparência. São Paulo: Paz e Terra, 2005, 3ª edição.

 

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA (estudos de ficção científica)

ANGENOT, Marc. “The Absent Paradigm: An Introduction to the Semiotics of Science Fiction” (“Le Paradigme absent, éléments d'une sémiotique de la SF”). Science Fiction Studies (1979) Volume: 6, Issue: 1, Pages: 9-19.

BARKER, Lynn e SKOTAK, Robert. “Klushantsev: Russia’s wizard of Fantastika” (Part 1). American Cinematographer, v. 75, nº 63, junho 1994, p. 78-83.

______. “Klushantsev: Russia’s wizard of Fantastika” (Part 2). American Cinematographer, v. 75, nº 7, julho 1994, p. 77-82.

BRITO, Mário da Silva. Ângulo e Horizonte – de Oswald de Andrade à Ficção-Científica. São Paulo: Martins, 1969.

_____. Introdução. In: SILVA, Fernando Correia da (org.), Maravilhas da ficção científica. São Paulo: Cultrix, 1958.

BROOKE-ROSE, Christine. A Rethoric of the Unreal: Studies in narrative and structure, especially of the fantastic. Cambridge/Londo

Ano de Catálogo: 2021

Créditos: 3

Turma: A Vagas: 15

Número mínimo de alunos: 1

Número de alunos matriculados: 8

Tipo Oferecimento: Regular

Local Oferecimento:

Horários/Salas:

  • Terça 14:00 - 17:00

Docentes:

  • Alfredo Luiz Paes De Oliveira Suppia

Reservas:

Não possui reservas.

Horários

Hora Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00 A -
15:00 A -
16:00 A -
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00

Compartilhar: